Esportes (quase) sedentários: Futebol, basquete e outros esportes eram praticados sem a gente precisar sequer levantar da cadeira. Isso era necessário apenas para caminhar até a torneira mais próxima e encher de água o Aquaplay. Era quase como um fliperama de mão, uma versão meio artesanal — e muito divertida — dos vídeo games.
Para bancar a maquiadora: Quando a Barbie aterrissou no Brasil, em 1982, pôs fim ao reinado absoluto de outra boneca, a Susi, sucesso desde os anos 70. Depois disso, a loira norte-americana conquistou as garotas com outros brinquedos que levavam sua cara, literalmente. Era o caso da Barbie Hair, que foi lançada com o slogan “cada penteado é uma nova brincadeira”.
Enjoo que terminava em $$$: Se a gente para pra pensar, chega à conclusão que o Boca Rica pertence à categoria dos brinquedos “sem lógica, mas legais”. Afinal de contas, consistia em enfiar moedas coloridas num cofre vermelho. Em dado momento, um mecanismo acionado aleatoriamente fazia a portinha se abrir, e o mais sortudo embolsava a “fortuna”. Destaque gracinha para um detalhe de que muita gente não se lembra: a cada fichinha que descia, os olhos do cofre giravam como se ele estivesse enjoado. Quer dizer: é praticamente como se o bichinho vomitasse, né?
Relação de amor e ódio: Às vezes dava vontade de arremessar longe o Cubo Mágico (e muita gente fez isso, aliás). Criado em 1974 pelo húngaro Ernõ Rubik, o quebra-cabeça colorido despontou aqui no Brasil na década seguinte, para alegria (e irritação) da criançada. O misto de sentimentos tão contraditórios deve-se ao desafio do brinquedo: organizar as laterais do poliedro de seis lados de modo que cada face reunisse apenas quadradinhos da mesma cor. O problema é que, quando se conseguia arrumar uma delas, alguma outra — grrrrrr! — ficava bagunçada. Era tão complicado que dezenas de livros com instruções chegaram às prateleiras na época.
Um trem para chamar de seu: Muito marmanjo ainda guarda seu kit com uma ferrovia, uma locomotiva e vários vagões. A paixão pelo Ferrorama — um dos mais caros da época — é tamanha que, em 2010 a Estrela prometeu que lançaria uma nova versão com uma condição: os fãs teriam que fazer a locomotiva percorrer os 20 quilômetros finais do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, usando 110 metros de trilhos — enquanto o trenzinho corria, era preciso retirar trechos do início do trajeto e encaixar no final para evitar que a máquina descarrilhasse. O desafio foi cumprido
Coisa de outro mundo: Com formato de OVNI, o Genius era um jogo de memória: era preciso repetir uma sequência formada pelas luzes e sons emitidos previamente pelo brinquedo. Se você der a versão atualizada desse clássico para uma criança de hoje, ela talvez não ache muita graça — afinal, vivemos a era dos vídeo games ultramodernos. Já para a molecada dos anos oitenta… Ah, parecia coisa de outro mundo aquele disco colorido e barulhento
Jingle sobre rodas: De roupinha esporte, ela era uma graça e ensinava a gente a patinar. Muito precavida, usava cotoveleira, capacete e joelheira. Tratava-se da Lu Patinadora — o nome já diz qual era seu principal atributo, certo? — a boneca que virou objeto de desejo de muitas meninas (e, vá lá, alguns meninos também). A bem da verdade, era um tanto sem graça. Nem de perto pode ser comparada em popularidade a uma Barbie, por exemplo, mas ficou eternizada na cabeça de quem foi criança na época sobretudo por causa do jingle matador que tocava em seu comercial: “Lá, lé, li, ló, Lu Patinadora…”. Pronto, agora essa musiquinha vai ficar grudada na sua cabeça.
Resistente dos sete mares: A rigor, o Pula-Pirata chegou ao mercado antes dos anos oitenta — foi lançado pela Estrela em 1978. Mas, nos Natais de boa parte da década seguinte foi um dos presentes que mais faziam sucesso. Em parte porque o embrulho ficava gigante devido ao volume do barril. Encontrado até hoje nas lojas, o jogo de espetar a espada e torcer para o boneco não pular ganhou versões tecnológicas e virtuais. É possível, inclusive, comprar o Pula-Pirata USB 2.0 — que funciona como um USB hub — e o Pop-up Pirate para Wii.
Febre militar: A primeira leva, com seis personagens, chegou às lojas do Brasil em 1984. Mas os Comandos em Ação viraram febre mesmo dois anos depois, quando a Rede Globo começou a exibir um desenho animado com os soldados, policiais, bombeiros e paramédicos do G.I. Joe (nome do original americano). Teve até um menino que foi ao “Porta da Esperança”, de Silvio Santos, pedir a coleção completa. E ganhou, para inveja de muita gente que assistiu ao programa.