sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Papa baleado!



João Paulo II sofreu um atentado na tarde de 13 de maio de 1981, em plena Praça de São Pedro, no Vaticano, durante audiência pública realizada sempre às quartas. O turco Mehemed Ali Agca disparou três vezes uma pistola Browning de nove milímetros a menos de sete metros de distância, ferindo gravemente o estômago, a mão esquerda e o cotovelo do pontífice. Uma multidão de 10 mil fiéis presenciou o fato, incluindo Sara Bartoli, que na época era a criança que estava nos braços do sumo sacerdote no momento do atentado.
 
O Papa perdeu muito sangue e chegou ao hospital Gemelli quase inconsciente. João Paulo II foi submetido a uma cirurgia de mais de cinco horas para retirar parte do intestino.
 
O autor do atentado disse à polícia que teve dificuldades para mirar em João Paulo II porque ele segurava uma criança. Sara ficou conhecida como o bebê de 18 meses que salvou o Papa da morte. Hoje, com 26 anos, ela pensa justamente o contrário. Grávida de 9 meses, ela acredita que foi o pontífice que a salvou da morte.
 
Durante todo o tempo que ficou internado, milhares de pessoas fizeram vigília na Praça São Pedro. Houve comoção de líderes políticos de todo o mundo manifestando repúdio ao atentado, que seria um protesto contra o imperialismo da Rússia e dos Estados Unidos e genocídios em El Salvador e no Afeganistão. No entanto, o caso nunca foi devidamente esclarecido. O jovem extremista de ultradireita Mehmet Ali Agca foi condenado à prisão perpétua.

Em 1982, ao visitar o santuário mariano de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, João Paulo II deixou uma das balas que o atingiu na coroa da Virgem. O manto que vestia no dia do atentado foi depositado em um templo da Virgem Maria, em Chestocova, Polônia, em 1983.

O atentado abalou a saúde do Papa para sempre. Em 1992, ele foi submetido a uma cirurgia para extrair um tumor no intestino. Um ano depois, deslocou o ombro ao cair de uma escada. Em 1994, sofreu uma nova queda, no banheiro, e teve que receber uma prótese no fêmur. O mal de Parkinson exigiu que o Papa passasse a tomar uma série de medicamentos. Em fevereiro de 2005, João Paulo II sofreu duas internações de urgência. A primeira, devido a uma crise respiratória, e a segunda, para ser submetido a uma traqueostomia. Em 2 de abril de 2005, João Paulo II morreu.

 


Já preso e passados dois anos do atentado, o Papa visitou o turco na cadeia de Ancona, na região central da Itália. O pontífice perdoou Agca. No ano de 2000, o extremista ganhou a anistia da Justiça italiana. Ele foi extraditado para a Turquia, onde cumpre pena pelo assassinato do jornalista Abdi Ipecki, em 1978.
 
 
 
 
 


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